(Reuters) -O CFO da Nissan Motor, Stephen Ma, deve renunciar, informou a Bloomberg News no sábado, citando pessoas familiarizadas com o assunto, semanas depois que a montadora japonesa emitiu um alerta de lucro e anunciou planos para cortar milhares de empregos em todo o mundo.
Não está claro se Ma deixará a montadora ou será rebaixado, disse o relatório, acrescentando que seu escritório se recusou a comentar.
A Nissan não quis comentar quando contatada pela Reuters.
Ma tornou-se chefe financeiro da Nissan em 2019, substituindo Hiroshi Karube, semanas depois de a empresa ter nomeado o chefe dos negócios na China, Makoto Uchida, como seu próximo presidente-executivo.
A Nissan disse no início deste mês que cortará 9.000 empregos e 20% de sua capacidade de produção global, enquanto se esforça para reduzir custos em US$ 2,6 bilhões no atual ano fiscal em meio a uma queda nas vendas na China e nos EUA, seus dois maiores mercados.
Os planos sublinham a vulnerabilidade da montadora, que nunca se recuperou totalmente da desordem e dos conflitos internos que levaram à destituição do ex-presidente Carlos Ghosn em 2018 e à redução da parceria com a Renault SA.
As vendas globais da Nissan caíram 3,8%, para 1,59 milhões de veículos, no primeiro semestre do ano financeiro, em grande parte devido a uma queda de 14,3% na China.
Tal como muitos fabricantes de automóveis estrangeiros, está a enfrentar dificuldades na China, onde a BYD e outros fabricantes locais estão a engolir quota de mercado com veículos elétricos e híbridos acessíveis que ostentam tecnologia avançada.
Mas o maior problema da Nissan pode estar nos Estados Unidos, onde falta uma linha credível de carros híbridos. Isso contrasta com a rival japonesa Toyota, que tem visto um boom na demanda por carros híbridos gasolina-elétricos.
(Reportagem de Gnaneshwar Rajan em Bengaluru e Kantaro Komiya; edição de Muralikumar Anantharaman e Kim Coghill)